Imóveis: Temporada de leilões esquenta; vale a pena comprar nessas operações?
Tapai Advogados | Em 26 de setembro de 2023
A queda da taxa básica de juros (Selic) para 12,75% deverá aquecer o mercado de imóveis. Além dos dois cortes promovidos pelo Banco Central (BC) em agosto e nesta semana, há mais dois cortes contratados até o fim do ano, com a taxa caindo a 11,75%.
Em meio a temporada de corte de juros, os bancos têm elevado a oferta de leilão de imóveis, com valores bem abaixo do mercado.
Na próxima semana, a Caixa irá leiloar 247 imóveis residenciais e comerciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os valores terão até 40% de desconto em relação ao preço de avaliação.
Já a cooperativa de crédito Unicred leiloará casas, apartamentos, sítios, terrenos e salas comerciais com descontos de mais de 60%, a partir de R$ 30 mil.
Enquanto o Itaú venderá 23 residências com preços a partir de R$ 67 mil. Os imóveis estão localizados em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Por sua vez, no começo de outubro, o Santander venderá imóveis com preços até 70% abaixo do mercado em diferentes estados.
Vale a pena comprar imóveis em leilões?
Os imóveis vendidos em leilões têm preços tentadores. Além disso, parte dos bancos facilita as condições de pagamento.
Contudo, o advogado especialista em direito imobiliário, Marcelo Tapai, chama a atenção para alguns cuidados que compradores devem ter para não fazer “um mau negócio”.
Preço do imóvel no leilão x preço real
A primeira dica que Tapai dá é, ao saber o preço do imóvel anunciado em um leilão, procurar os valores de outros à venda na mesma região. “Procura na internet mesmo. Daí, calcula a média de preço”, diz.
Ele comenta que é importante considerar que, normalmente, empreendimento que vai à leilão é mais depreciado. “É um imóvel que está menos cuidado do que aquele que tem alguém morando, arrumando ou pintando. Por aí, já tem diferença de preço”, reforça.
Taxas pagas no leilão
Tapai destaca que nessas operações o comprador precisa saber se o imóvel está ocupado ou não, uma vez que a desocupação terá um custo jurídico para a posse do imóvel.
Além disso, o advogado menciona que, caso a compra do empreendimento seja para investimento, é preciso saber as taxas a pagar. Ele explica que o comprador do imóvel pagará uma taxa de 5% ao leiloeiro e depois, uma taxa de 6% corretagem.
“Além disso, para vender o imóvel, tem que pagar o ITBI [Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis] da compra e o lucro imobiliário que tiver. Ou seja, se você somar todos esses percentuais e tudo aquilo que tem despesa [como IPTU e condomínio], talvez a compra saia mais cara. Aí, não vale a pena”, pondera.
Entendimento jurídico
Tapai ainda chama a atenção para a necessidade de consultar um profissional especializado na área de imóveis. Sendo ele, é importante saber ler e entender o edital da compra do imóvel no leilão, uma vez que é um documento com termos técnicos.
“Tem que entender, por exemplo, se o preço de venda do imóvel quita todas as dívidas ou se o que sobrar dessa dívida vai ter que ser pago por quem arrematou o empreendimento no leilão”, reforça.