Construtoras pagam IPTU e aceitam carro de entrada para atrair clientes
Tapai Advogados | Em 21 de setembro de 2015
“Dois anos de IPTU grátis”; “Dê seu carro de entrada”. Essas são algumas das novas estratégias anunciadas por construtoras e incorporadoras para tentar atrair clientes em meio ao desaquecimento da economia.
A campanha da Setin teve início no fim de agosto e vai até 3 de outubro. A empresa promete pagar dois anos de IPTU, condomínio e aluguel, além de parte da decoração do imóvel, para os clientes.
A promoção é válida para imóveis de 15 empreendimentos da empresa. A maioria está localizada na capital paulista, mas também há opções na Grande São Paulo e no interior do Estado.
É a primeira vez que a empresa oferece esses benefícios juntos de uma só vez. A Setin diz, em nota, que a iniciativa “está relacionada à incerteza que as pessoas têm demonstrado em fazer negócios como um todo, tendo em vista o momento de dificuldades que o país atravessa”.
Vende o carro e ganha uma bicicleta
Desde o fim de agosto, a Vitacon, especializada em apartamentos pequenos, está aceitando o carro do cliente como parte da entrada. O consumidor precisa desembolsar pelo menos mais 15% do valor do imóvel para compor a entrada.
O preço do veículo é baseado na tabela Fipe e o comprador também ganha uma bicicleta.
“A gente tentou usar algo que tem a ver com nossa proposta, relacionada à mobilidade, e que, ao mesmo tempo, favoreça o cliente nesse momento de dúvida”, diz o presidente da companhia, Alexandre Frankel.
A empresa, que previa lançar oito empreendimentos em 2015, por enquanto lançou quatro. “Em função do momento atual, vamos estudar se vamos ou não cumprir a meta inicial. Nós sentimos o clima econômico afetado e a crise de confiança.”
Feirões e descontos
Pelo menos duas outras empresas decidiram fazer promoções neste mês. A MRV está realizando feirões em 45 cidades e prometendo descontos de até R$ 30 mil.
O Even Day, da construtora de mesmo nome, foi realizado neste domingo (20) em São Paulo, e os descontos anunciados eram de até 50%.
Preço menor nem sempre é vantajoso
Para o advogado Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário, apesar de parecer ser um bom momento para a compra, o consumidor não deve se deixar convencer apenas pelas ofertas.
“Se for até um estande e decidir que vai comprar, não feche negócio na hora. Leve o contrato para casa, peça para alguém analisar. Não se deixe levar pelo vendedor que diz que aquela é a última unidade, ou que, se não assinar hoje, amanhã estará mais caro.”
O advogado alerta, ainda, que nem sempre o que parece barato está, de fato, com preço bom. Para saber se o valor realmente compensa, é preciso pesquisar os preços cobrados em outros empreendimentos da mesma região.
“Fique atento também a parcelas muito baixas durante a construção e à evolução do débito durante o período da obra”, aconselha.